Inconsequente,
inteligente, egoísta, resolutivo, genial, sem ética, persuasivo, misantropo,
viciado e ainda assim carismático. Esse é o House MD.
Esse
personagem com um ego gigantesco atrai a atenção por uma série de
características, o mais incrível é que a maior parte delas são características
ruins, ainda assim, provoco o leitor com uma pergunta, se o Sr. ou Sra. que
está lendo este texto se deparasse com uma doença dessas “indescobríveis” você
se consultaria com o Dr. House?
O House existe?
Não, ponto.
Claro que não iria parar por aí... “Não” é uma resposta
simplista demais. O House MD não existe por uma série de motivos, mas dois (que
acredito serem as principais) eu vou citar aqui mesmo:
1. Esse médico não “sobreviveria” (no sentido profissional
da palavra) no universo da medicina. Seja pela quantidade de transgressões que ele
mesmo comete, pela forma desumana e sem qualquer ética como trata os pacientes ou
pela forma como trata os colegas de profissão o House não Sobreviveria no mundo
real.
2.
O House são vários! Isso mesmo, os episódios são
coletâneas de vários casos diferentes, atendidos por especialidades médicas das
mais diversas áreas. Foram necessárias equipes inteiras para alguns dos
diagnósticos que assistimos.
Ora, convenhamos que o House não é nenhum médico modelo,
sabemos perfeitamente o quanto algumas de suas características são uma afronta
a qualquer relação no mínimo pacífica entre duas pessoas, só para citar:
Ego
gigante: O Ego do nosso “querido” personagem é tão grande que o mesmo usa uma forma,
um tanto quanto, não convencional para dar os seus diagnósticos. Ele usa o que
alguns chamam de “Método Socrático”, momento onde o médico reúne os seus
auxiliares para que os mesmos possam falar hipóteses diagnósticas só para que
ele as refute. Ele sempre sabe que está certo, e faz questão de humilhar os
outros para mostrar isso.
· Relacionamento impossível: O próprio House
admite, que odeia pacientes, e parte do pressuposto “Everybody lies” como uma
forma de colocar os sinais e sintomas no centro das suas charadas diagnósticas
e não o paciente. A Dra. Lisa Sanders (a médica por trás do House diz: “House
diz que todo mundo mente. A verdade é que todo mundo mente para o House porque
os pacientes não possuem um bom relacionamento com ele. Se você não tem uma boa
relação com o seu médico, se você não confia nele, será difícil dizer a
verdade”
Ética zero: incontáveis as vezes em que o Sr.
House impôs tratamentos, enganou pacientes, desrespeitou colegas e até quase
matou pessoas? Não precisa nem lembrar da cena em que ele entra na sala de
espera e oferece 50 dólares para os pacientes irem embora...Ou a própria forma
drástica como ele comprova suas teorias, tratando doenças para diagnosticá-las
(inversão que ele adora).
São tantos, mas tantos os defeitos do House, que só possuindo uma característica absurdamente boa ele poderia se justificar... e adivinhem só, ela existe:
O House é resolutivo!
Longe de mim fazer uma apologia ao modelo "Hauseano" de ser, mas uma coisa devemos concordar: ele é resolutivo! E é essa a característica que por vezes salvou ele de situações muito complicadas, inclusive da própria cadeia! Seria então um contra-senso? Aos que responderam a pergunta acima antes de terminar de ler o texto eu coloco mais algumas quesões:
1. Alguém já assistiu algum episódio e deu gargalhadas do modo sarcástico como ele trata de algumas situações?
2. Alguém já desaprovou completamente o modo como ele trata os pacientes?
3. Alguém já pensou: "Nossa! Queria ter a inteligência desse cara!" ?
Todas as características boas do House:a inteligência, a velocidade de raciocínio e a capacidade de ligar pontos, a busca incessável por uma resposta (algumas vezes a qualquer custo), todas essas características são apenas a base para o que nós realmente esperamos ao final de cada episódio: QUE ELE CURE O PACIENTE!
O house é uma caricatura, um Sherlock Holmes da medicina, talvez a sociedade possa enxergar alguns médicos pelos olhos dos pacientes fictícios do House, mas a verdade é que nenhum de nós é ou será inteligente o suficiente para selar tantos diagnósticos como ele. E aí o que nos resta seria a parte ruim do House, a que ninguém quer, a que ninguém precisa,essa é a real caricatura. Pacientes sofrem, por vezes, com a parte ruim do House,sem experimentar com tanta acurácia os benefícios do "Houseanismo". Ainda assim fica a pergunta...você gostaria de ser atendido por um house ou não? deixe seu comentário e vote ao lado!
Ah...e para aqueles que gostam, assim como eu de assistir, clique aqui!
Texto por: Tiago Stanley
Agradecimento especial ao amigo Chuck!